Como desbloquear sua intuição

Anahata Chakra

Porque algumas pessoas tem tanta dificuldade em conseguir sentir a sua intuição?

Em meu trabalho, é muito comum encontrar pessoas que não conseguem ouvir aquela “voz interior”, ou sentir pra onde guia sua intuição. E é muito frustrante não conseguir sentir a vida enquanto outras pessoas tem facilidade pra isso, vivem pelo coração e se livram de muitos problemas. O que algumas pessoas tem que as diferencia dos outros? Será algum tipo de bênção ou maldição? rs

Tenho algo pra te dizer sobre isso: não se preocupe se você é uma destas pessoas que não sentem (sem maldição divina!), e aquele que sente não é melhor do que os outros… o que acontece é que em nossa vida (e uma após a outra), fomos submetidos a situações que criaram bloqueios, camadas e tampas sobre nossas emoções, e com o tempo, nos acostumamos a “não sentir” – este pode ser o seu caso!

Vou explicar um pouco melhor.

Primeiro passo, não desista de você, não se deixe levar pela crença de que você é incapaz, basta fazer uma fisioterapia emocional pra recuperar esta capacidade.

É como quando você precisa por gesso, e depois de poucas semanas, perde a força e mobilidade dele justamente por não tê-lo utilizado por muito tempo, “esquecendo” de utiliza-lo. E algo similar acontece com nossas “sensações”.

A intuição nada mais é do que uma ferramenta maravilhosa pra conduzir nossa vida de forma leve, simples, criativa, e nos afastar de problemas. Porém conforme o tempo vai passando, existência após existência, passamos por inúmeros traumas e situações nocivas, de baixa frequência, que nos machucam e deixam cicatrizes. E isso nos cria um sistema de proteção instintivo em que evitamos sentir dor, evitamos sentir o que nos machuca, evitamos sentir o que nos causa desconforto. Só que ao evitar “sentir” tudo isso (um trauma antigo, uma emoção negativa, uma memória indesejada), estamos evitando SENSAÇÕES, evitando perceber sensações em nosso corpo.

Você já leu o antigo sobre Aprenda a ouvir sua Intuição? Lá falei que é preciso estar atento as sensações do corpo físico. E aí vem o grande fundamento de tudo: se eu evito sentir sensações de baixa frequência, porque me machucaram e por isso não quero entrar em contato com elas, em minha mente ocorre um generalismo que diz algo como “eu não quero mais sentir”, e assim bloqueamos também nossa capacidade de sentir o que é bom, ou quando temos a intuição nos alertando ou orientando nossa vida.

Sensações são sensações, para nossa mente não importa se são nocivas ou se trazem benefício – são apenas sensações.

E como revertemos isso? Precisamos olhar fundo pra dentro, olhar pra quem nós somos, aprender com nosso próprio laboratório – costumo dizer que não basta ler todos os livros ou estar cheio de informação na cabeça sobre todos os assuntos, se não praticamos. É preciso SE CONHECER, experimentar, ser cientista de si mesmo, conhecer suas próprias reações emocionais ou sensações físicas, observar o que pensamos sobre as coisas, sobre o que não nos fez bem, quais são as palavras que digo pra mim mesmo quando lembro de alguma situação, que emoções surgem com estas palavras, quais motivos mantem minha culpa, raiva ou medo. Ou se nos colocamos como vitimas ou agressores nas situações.

Somente vamos conhecer quem somos e entrar no mundo das sensações pra viver através da intuição quando começamos a nos olhar, nos revelar e nos descobrir, porque se não sabemos que reações temos internamente, como podemos conhecer o que está fora? E quem vai me entender, se eu mesmo não me olho e me entendo?

Dentro do caminho do autoconhecimento e de reconectar-se com seu próprio Ser, o primeiro passo é estar atento, olhar, observar tudo que fazemos. Mas isso não fazemos em apenas um momento, um único “estar presente” no dia. Na realidade, isso deve estar em tudo: enquanto você estuda este texto, conversa com alguém, recebe uma informação (mesmo negativa). Ou quando lembro de algo que gostaria que não tivesse ocorrido ou que eu gostaria de esquecer: tudo isso nos revela, e mostra onde estão as camadas que estão me impedindo de SENTIR minha intuição, minha ligação com meu SER, de perceber um meu corpo quando não devo entrar em um lugar, ou desistir de uma viagem e programar para depois – ou ir agora porque não devo esperar!

A ausência de sentir as sensações mais sublimes existe porque estamos bloqueando sentir as mais nocivas.

Portanto em nosso auto-descobrimento, quando percebemos uma sensação desagradável ou negativa (como ansiedade, medo, raiva, ou qualquer outra), ao invés de negar que isso existe, ao invés de falar “eu não deveria estar sentindo isso”, pare com o que está fazendo e observe. Torne-se seu cientista! Observe o vulcão interno durante a crise de raiva, que palavras e pensamentos você usa, como seu corpo reage… esteja entregue a sensação.

Observe sua ansiedade, o aperto no peito, a falta de ar, a inquietação física, a adrenalina no corpo… não negue nada disso, não tente esconder, nem justificar qualquer coisa com pensamentos dizendo “eu não deveria sentir isso, tomara que passe logo, eu gostaria de me sentir diferente…” São todos pensamentos que surgem no mesmo pacote de sensações emocionais, mas para que ela perca força e desapareça, ela precisa ser observada, ela precisa ser permitida ser vista.

Se não permitimos a nós mesmos vier ou reconhecer estas sensações, elas não encontram forma de perder sua força.

Conforme vamos negando, estamos cimentando nosso cardíaco, que é a fonte do nosso SENTIR, de nossa conexões (seja com a terra, animais, plantas, pessoas). Negar as sensações que acreditamos que não deveriam existir, vamos tampando essa conexão, criando camadas energéticas no peito – uma situação muito comum percebida em nosso atendimentos, e que permite que o cliente acesse por si mesmo suas capas protetoras, impedindo que a pessoa entre no espaço do coração e da sensação.

E como resolvemos isso? Olhando, observando, estudando, e retornando a origem dos traumas e emoções que neguei e que que criaram estes bloqueios no cardíaco. Como poderíamos sentir se temos entulho impedindo nosso acesso? Precisamos remover o lixo primeiro!

Por isso, querer sentir o sublime, a transcendência, sem remover as dores, é um processo que não vai funcionar! É como dar um passinho pra frente e outros três pra traz o tempo todo!

Comece a observar o que te machuca, a ver, a sentir o que incomoda, permita-se observar que pensamentos e sensações surgem junto com este pacote de informações negativas que eu chamo de medo, ou raiva, ou ansiedade, ou escassez, ou falta, ou dificuldade de relacionamento… tudo que sentimos é um pacote de informações, e pra acessar os níveis superiores, precisamos adentrar os inferiores, resolver e olhar com carinho e respeito, sem permitir que pensamentos de culpa, critica e julgamentos interfiram em nossas descobertas – mas sendo cientistas, sem preconceitos prontos, mas abertos, curiosos, e prontos pra aprender com tudo.

Como reajo quando ouço coisas desagradáveis? Quando lembro de alguém que me machucou, quais minhas reações e pensamentos?

E neste olhar curioso, vamos simplesmente nos conhecendo, permitindo que as emoções negativas percam sua força, como se fôssemos martelando camadas que estão em nosso coração nos impedindo de sentir o “mais além do nosso pequeno eu terreno”. É um trabalho de paciência, perseverança, e desejar ver e sentir o que nos impede de sentir. Mas sua recompensa é que rapidamente conseguimos abrir espaço pro novo, mas não sem antes limpar a lixeira, tirar o que não serve, esvaziar o copo pra permitir novas frequências. E isso ninguém pode fazer por nós: é cada qual que deve fazer seu próprio trabalho, e reconquistar seu próprio espaço interior!

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