RODA DE CURA ANDINA

Os xamãs nativos das Américas têm praticado seu sistema de medicina há mais de cinco mil anos, mas existem curandeiros que acreditam que sua linhagem espiritual pode ser rastreada ainda antes disto. E um dos elementos em comum que une seu conhecimento ainda existe, e é chamado RODA DE CURA.

Estes homens e mulheres medicina sempre foram considerados pilares em suas comunidades, os mediadores entre o mundo material e espiritual. Mas infelizmente, tudo mudou com a chegada dos primeiros conquistadores espanhóis: além da sede de ouro, estes trouxeram consigo crenças totalmente incompreensíveis para os nativos.

A primeira era de que todos os alimentos do mundo pertenciam, por direito divino, aos seres humanos (especificamente os europeus), que possuíam animais e plantas por toda a Terra.

A segunda crença era que os seres humanos não podiam falar com os rios, com os animais, com as montanhas ou com Deus.

E a terceira era que a humanidade teria que esperar até o fim dos tempos para poder provar o infinito.

Nada poderia parecer mais absurdo para os nativos já que tudo isso era parte do seu cotidiano!

Além disso, o sistema religioso europeu dizia que fomos expulsos do mítico Jardim do Éden. Mas na visão nativa, não apenas vivemos no paraíso, mas somos os cuidadores do Jardim, mantendo assim um diálogo com toda a criação.

Cronistas espanhóis do Peru registraram que quando Pizarro conheceu o soberano inca Atahualpa, ele lhe deu uma Bíblia, contando-lhe que essa era a palavra de Deus. O Inca levou o livro para o ouvido e ouviu atentamente por um momento, depois jogou o livro sagrado no chão exclamando: “Que tipo de deus é este que não fala?!”

Naturalmente, a possibilidade de que alguém além do “sumo pontífice” pudesse ter um contato direto com o Divino, fez com que os portadores destas tradições fossem perseguidos, e precisassem se esconder para preservar suas vidas e seu conhecimento. Mas neste momento único que estamos vivendo, temos a oportunidade de reaprender, retornando ao ponto de equilíbrio e ao dialogo com as forças naturais ha muito esquecido – e este será o aspecto central de nossa vivência!