Como posso saber se estou no caminho certo?

caminhada

Estamos num mundo conectado, na era da informação. E com isso, algumas pessoas estudam muito, adquirem tanto conhecimento e passam por tantas escolas que acabam até ficando confusas e se perguntando: será que estou fazendo a coisa correta? Estou no caminho certo? Como posso saber se estou cumprindo com meu papel?

O caminho do autoconhecimento é um caminho de perguntas e constantes questionamentos, e estas perguntas são ainda mais importantes hoje, quando temos tantos escolhas e possibilidades de aprender, sobre todos os temas e assuntos possíveis, sem nem mesmo sair de casa! Mas é justamente esse excesso de informação disponível, que muitas vezes pode até se contradizer, que pode nos levar a nos perder em nosso próprio caminho.

Nós podemos aprender, por exemplo, sobre formas eficientes de praticar e viver o agora, ou como melhorar a qualidade dos nossos pensamentos, ou a forma mais eficiente de oração, ou técnicas e meios pra se libertar de sentimentos compulsivos, ou o melhor método de meditação, e até a fazer yoga através de um aplicativo! É claro que tudo isso vai nos acrescentar informação, tudo faz parte do conhecimento universal vivido por outras pessoas, e que de alguma forma podem nos orientar em nosso processo interior. E conhecimento é a base pra saber o que é coerente, o que faz sentido e qual informação vale a pena ser vivida.

Mas na hora de decidir o que é melhor pra nós, normalmente escolhemos com base unicamente em nossa mente, ou seja, comparando diferentes experiências, leituras e caminhos como forma de nos encontrar.

Mas a mente sozinha é muito falha, e tem a (ineficiente) capacidade de nos indicar coisas que não são reais, ou justificar nossas escolhas a partir de nosso limitado acervo de crenças pessoais, de nossos gostos e aversões. Por isso a forma mais completa de saber se estamos tomando as melhores decisões é aquela que mencionamos em praticamente todos os nossos vídeos e textos: é preciso olhar pra dentro, por inteiro!

Olhe para dentro de si mesmo e se pergunte: o que está mudando dentro de mim com este livro, este áudio, este vídeo, esta escola ou religião? O que esta informação gera em mim e como isso está sendo digerido e me trazendo crescimento? Estou colocando em prática e me transformando de alguma forma? Como esse conhecimento reverbera em mim?

Pegue por exemplo o excelente livro “O Poder do Agora” de Eckhart Tolle: o AGORA, a PRESENÇA, é um grande resumo de nossa própria jornada de autoconhecimento e autoconsciência. Se lemos, estudamos e colocamos em prática, isso vai inevitavelmente provocar uma mudança em nosso interior. Nosso dia fica mais leve, nossa mente mais silenciosa, a meditação aprofunda. Mas o livro é uma receita de bolo, e se eu não tiver coragem pra fazer o que ele ensina e não colocar a mão na massa, será impossível ter resultados.

Nesse mundo tão eclético, outra forma de aprender é com uma das várias escolas de pensamento e espiritualidade que existem.

Saber porque existem tantas escolas diferentes? Porque existem pessoas que precisam delas! Todas têm o seu motivo de existir, tem os seus porquês, tem seus objetivos e todas trazem algo para os grupos de pessoas que operam dentro da frequência da escola com o qual sentem afinidade. Mas da mesma forma que uma escola primária já não é mais necessária pra nós depois que somos alfabetizados, muitas escolas espirituais também podem perder seu propósito (para nós) depois que aprendemos suas lições: chegamos ao topo daquele conhecimento, e seguimos a outro local que esteja mais afim naquele momento, mais próximo da minha forma de pensar, com minha busca e minha energia. E assim vamos subindo estes degraus, infinitamente. Não há nada de errado, cada um tem seu próprio caminho e procura pessoal.

Mas a questão principal permanece: estamos colocando em prática o que aprendemos, ou nos tornamos apenas um rato de biblioteca em busca de mais livros e mais informação intelectual pra preencher nosso vazio interior? Pular de galho em galho, falar de tudo mas não ter prática, não nos leva a lugar nenhum.

Novamente pra saber se estou no caminho certo, é observar os resultados em minha vida: estou limpando meu lixo, crescendo, expandindo, me tornando mais sábio? Ótimo!

Mas se eu estou dentro de um mesmo estudo ou escola há anos, e nada disso acontece, devo me perguntar o que está acontecendo: será que sou eu ou é o sistema de conhecimento que está falho?

Temos então que manter sempre este olhar de investigador pra saber se estou me tornando alguém prático ou não.

Outro ponto é saber se isso está me enriquecendo interiormente a ponto de eu conseguir transmitir isso pros demais.

E aqui vou contar um pequeno segredo, um termômetro pra poder graduar a quanto andamos: se acreditamos que estamos indo muito bem no caminho espiritual, comumente isso indica que na realidade estamos muito mal.

Interessante não?!

Pelo contrário, quando percebemos quanto ainda temos que mudar, quanto ainda precisa ser polido e ajustado, quanto aprimoramento ainda temos por fazer, isso indica que estamos de verdade caminhando bem!

Mas é claro, esta observação precisa ser feita de coração, e não apenas com a cabeça!

O que quero dizer com isso é que nosso aprendizado e jornada espiritual são INFINITOS, e quando por qualquer motivo acredito que estou bem, é porque estou estancado em alguma etapa, estou preso em alguma estrutura mental e não percebi isso acontecer. Sentei em algum degrau espaçoso, fiquei em minha zona de conforto, e não olho pra cima em minha escada de consciência de infinitos degraus. Em algum lugar, parei de olhar, parei de caminhar, parei de me polir.

Assim como o próprio conhecimento humano é algo que está sempre se ampliando, assim como o próprio universo está ainda em expansão, nosso contato com partes mais profundas de nosso Ser é algo que não tem limite, por maior que seja nossa abertura. E quanto mais caminhamos, quanto mais abrimos nossa consciência, mais vamos encontrando aspectos que precisam de ajustes.

É claro que todos temos escolhas, e isso não é uma crítica a qualquer pessoa que esteja em qualquer nível de sua jornada, isso é algo que vem do Ser da pessoa.

Mas precisamos ser honestos conosco mesmos pra perceber que muitas vezes o caminho que trilhamos dentro de determinada escola já foi suficiente pra nós, e que sentimos que é hora de dar um novo passo. E essa decisão não é motivo pra ninguém se engrandecer, muito menos se diminuir. A questão principal é: o que eu quero pra mim? O que meu Ser me pede? O que estou vivendo aqui e agora estão sendo úteis para meu crescimento? Será que parei num degrau e nem percebi?

Observar tudo isso nos traz clareza de onde estamos, sem vaidades ou culpas, pra perceber se realmente estamos tendo crescimento com nossas escolhas, ou estamos apenas falando de coisas bonitas que não estamos vivendo.

Praticar, praticar e praticar – isso é o que nos fortalece e que realmente nos move pra frente!

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