Esportes radicais e o PODER DA PRESENÇA

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Você já deve ter percebido que nós, seres humanos, somos um tipo de criatura muito diferente das outras que conhecemos (ao menos aqui em nosso mundo!). E parte dessa nossa natureza que é o gosto por esportes radicais.

Existem sim alguns animais que são documentados na vida selvagem que até brincam ou se aventuram (principalmente quando se trata de sua sobrevivência). Mas nenhum deles se compara aos seres humanos, que inventam modalidades como esqui, paraquedas, acrobacias em altitudes, ou até se aventuram de bicicleta em picos de montanhas realmente perigosos.

Mas uma pergunta que você deve se fazer, e que vai ajudar a chegarmos ao cerne do texto hoje é: o que move estas pessoas? Será que elas são apenas apaixonadas por adrenalina – ou tem algo mais por traz disso?

Comece entendendo que quando me refiro a esportes aqui, não são aqueles “comuns”, como caminhar, andar de bicicleta perto de casa, nadar no clube… a questão são aqueles em que a vida está em risco, com um sabor de “loucura”, seja no alto de um avião, na encosta de uma montanha… coisas que pra grande maioria é impensável, seja por questão de condicionamento físico, ou porque soa como uma verdadeira loucura!

Eu tenho uma amiga que está morando atualmente nos EUA, muito próxima de uma estação de esqui, pra onde ela vai todos os fins de semana. E como um ser humano comum, ela também tem seus momentos difíceis, seus pensamentos negativos, bloqueios e dificuldades. Mas algo que ela percebeu em seus passeios pela neve é quando está esquiando, tudo isso desaparece: sem pensamentos negativos, sem autocríticas, sem mal estar emocional – e essa sensação que ela carrega nestes momentos é o fator mais importante pra compreender porque as pessoas fazem isso.

Claro que dependendo do esporte, existe uma enorme dose de adrenalina envolvida. Mas além disso, algo que acontece espontaneamente nestes momentos é que saímos completamente do nosso contexto mental ordinário: naqueles momentos, deixa de existir o personagem que criamos pra nossa vida, não importando mais nosso nome, ocupação, profissão, identidade… ou se está plenamente atento, PRESENTE, inteiro naquele esporte; ou o risco de vida (ou seria de morte?) cresce substancialmente. E por isso, não existe opção: ficar inteiro e COMPLETAMENTE PRESENTE – e essa é a palavra-chave hoje – ou, talvez, aquele salto de paraquedas seja o ultimo da vida! 😊

Esse tipo de percepção que estes esportes trazem, é um exemplo muito claro do que nós estamos realmente procurando pra nossas vidas.

Olhe pro momento em que você está agora, olhe pra sua rotina, olhe para as coisas que são as mais comuns do seu dia a dia: parece chato? Parece repetitivo emocionalmente? A sensação interna é de que é algo frustrante, cansativo, mais do mesmo??

Algumas pessoas que se cansaram disso se desafiar numa montanha, e aí perceberam que durante alguns minutos (como o tempo de um salto de paraquedas) ela se sente INTENSAMENTE PRESENTE, VIVA, INTEIRA – como se nada mais existisse a não ser AQUELE MOMENTO! E essa é a grande reflexão pra hoje: tudo que existe é o momento em que estamos vivendo.

O meu momento agora, neste exato instante, é digitar este texto pra você poder ler.

O seu momento, agora, neste exato instante da sua percepção, é estar inteiro, presente, atento a mensagem que está recebendo.

E quando encerramos este momento, outras atividades continuarão acontecendo – porque isso é a vida! A questão é se interpretamos o que ocorre através da ótica da mente-ego condicionada, da nossa mecânica interior, que torna esse “outro momento” chato, enfadonho, cansativo… nos levando a fazer uma coisa pensando em outra! E nem todos percebem que não é o fato de fazer atividades repetitivas que é cansativo, a questão é fazer uma coisa pensando ou desejando outra, com a sensação de que aquilo que faço é “mais do mesmo”, repetição…

Um dos nossos amigos adora quando falo sobre lavar a louça (que é algo que fazemos todos os dias). Mas você já reparou que nunca é a mesma louça? Nunca é a mesma água, nem o mesmo momento, nem o mesmo dia… mas já reparou que a sensação interna é de que é tudo igual?

Por outro lado, pular de paraquedas é algo único (até porque pra alguns é uma vez apenas na vida!), e isso torna este momento especial, com todos os sentidos envolvidos, nos tornando DESPERTOS naquele momento!

DESPERTAR é estar INTENSAMENTE PRESENTE, atento, em tudo que fazemos – não apenas na hora de um esporte radical, mas utilizando TUDO que acontece no dia a dia como um meio pra estar mais alertas, mais acordados, vivendo aquele momento intensamente.

Você acha que lavar louça é chato e enfadonho? Coloque PRESENÇA na louça, e perceberá que nunca lava a louça da mesma forma!

Vai tomar banho e fica voando entre pensamentos? Experimente sentir a água pelo corpo, o aroma, o toque na pele… fique PRESENTE!

Quando estiver conversando com alguém, temos uma oportunidade ainda melhor pra descobrir como as pessoas – principalmente as próximas – são recebidas por nós sempre dentro de um mesmo estado de consciência (e nem sempre percebemos).

Encaramos coisas e situações como se tudo fosse repetição da outra, e como consequência disso, nunca estamos verdadeiramente PRESENTES!

Por isso, não espere por momentos de intensa atividade emocional pra se tornar intensamente vivo: todos os momentos do dia são oportunidades pra estar despertos, em postura de observador – como se estivéssemos pulando de paraquedas!

Como diz o ditado budista: nunca passamos duas vezes pelo mesmo rio! Apenas interpretamos que é uma repetição, uma mesma história… e pra maior parte das pessoas, essa atitude interna é inconsciente, subliminar a tudo que fazem. E justamente por isso é tão importante encontrar ferramentas e meios pra nos libertar dessa sensação e das consequências errôneas que elas nos trazem.

Pegue agora o exemplo da meditação. Poderíamos dizer: ah, é sempre a mesma coisa! Afinal, sempre é “sentar-quieto-de-olhos-fechados” kkk… Mas lá dentro, o que está acontecendo? Estamos trabalhando pra ficar mais silenciosos, mais conectados, mais inteiros… e depois, claro, trazer os resultados destes esforços para a vida prática.

E essa é a dica: se jogue cada vez mais dentro de si, não tenha medo desta grande aventura! E como consequência, toda a sua vida passa por uma enorme transformação, com compreensão, entendimento e um olhar carregado de intensidade – o que irá acrescentar VIDA em tudo que fazemos – mesmo as mais simples!

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