Como levar sua meditação para um novo nível

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Se você já nos acompanha há mais tempo, deve ter percebido que o tema da meditação é recorrente pra nós, e isso tem um motivo: ela é nossa grande fonte de informação e transcendência. Nossos métodos e ferramentas de cura e autoconhecimento se originam em estados meditativos, a partir dos quais é possível inclusive compartilhar com nossos clientes e alunos estes estados, pra que estas pessoas consigam se conectar consigo mesmas e acessar sua própria sabedoria.

Com base nisso, podemos dizer que o objetivo principal da meditação é nos conectar com nosso Ser, e afrouxar nossas estruturas mentais.

É claro que se estudarmos o lado estritamente médico, por exemplo, vamos perceber muitos benefícios da meditação ligados a: fortalecimento da saúde, ganho de massa cerebral, pressão arterial normalizada, diminuição ou desaparecimento da ansiedade ou depressão… ou seja, muitos sintomas físicos se atenuam ou desaparecem quando meditamos. E mesmo quando existe algo mais grave na saúde existem muitos ganhos, já que o corpo como um todo se fortalece (isso não significa que vamos abandonar um tratamento, mas ele com certeza será potencializado).

Mas tudo isso, embora seja ótimo, é o que chamo de “benefícios colaterais”, porque o primordial vai muito além disso: o que nós queremos é o SER SUPERIOR.

Quando falamos em estado de presença, ou no poder do agora, ou despertar a consciência… tudo são Estados de Ser, algo que independe da mente ou de qualquer sistema de crenças que armazenamos. SER é um reconhecimento interno de quem somos, de nossa Centelha, e que está em busca de oportunidades pra se expressar no mundo.

Mas como vivemos presos em muitas estruturas mentais (nossos conflitos, traumas, bloqueios, ideias, crenças, julgamentos, programas…), o Ser Real se torna distante – e a meditação busca fazer esta ponte.

Só que todos que começam um caminho de meditação passam por dificuldades similares bastante similares: tem que lidar com as vozes em sua cabeça, com os desconfortos pelo corpo, coceiras, tensões ou ansiedade nervosa, além de outros desconfortos emocionais que surgem aparentemente sem motivos (mas que na realidade estão presentes diariamente, sem que a pessoa perceba).

Por isso, meditar é ir em busca do Ser e seus estados mais elevados, e conseguir transferir esses sentimentos para o dia a dia.

É a nossa fisioterapia. E esse processo é o que torna meditadores de alto nível mais calmos, tranquilos, serenos e presentes.

Mas existe “algo mais” que as vezes passa desapercebido, que é muito importante, e um grande diferencial pra aprofundar cada vez mais durante a meditação: chama-se ENTREGA.

Entrega é uma técnica, algo muito simples. O objeto é, literalmente, “entregar” nossos estados emocionais negativos no momento em que eles ocorrem, permitindo que eles existam, sem críticas, julgamentos, repressão ou desejo de que ele não esteja ali. É permitir que as coisas dentro de nós sejam como são naquele exato momento. (vou deixar aqui o link de um vídeo especificamente sobre o assunto)

E embora nós tenhamos falado frequentemente sobre entrega, algo que eu nunca havia mencionado expressamente é que este método também deve ser aplicado durante a meditação. Vamos explicar melhor.

Quando estamos meditando, existem duas forças que precisam trabalhar em ponto de equilíbrio em nós: yin e yang. Encontrar o equilíbrio perfeito delas é o que podemos chamar de “ponto zero”, quando ambas se anulam de forma construtiva. Como é isso?

A força yang é a que traz garra, determinação, presença e atenção plena. É como um felino espreitando sua caça: ele está totalmente atento e imóvel, mas completamente presente.

Ao mesmo tempo, a força yin precisa atuar como receptividade máxima, ausência de espera e resultados, abrindo mão por completo de expectativas do que poderia surgir. E isso é um grande paradoxo, já que buscamos a meditação com objetivo de “ter resultados”, mas ao mesmo tempo estamos ali sentados numa postura de “estou abrindo mão do que possa surgir”.

O que isso quer dizer?

Se fecho meus olhos e surgem pensamentos, NÃO RESISTA. Ouça seus pensamentos, mas não se agarre a eles.

Se agarrar como?

Agarrar um pensamento acontece quando continuamos a história original, engatando outros pensamentos posteriores.

O que fazer?

Solte. A parte yang, atenção plena, percebe o pensamento. A parte yin, receptiva, é a que solta. Apenas permita que o pensamento passe por você.

Se surgem sentimentos ou emoções, não importa qual seja: ENTREGUE, não se prenda a nada. Deixe que o sentimento seja do jeito que é, do jeito que ele está naquele instante. Apenas perceba a sensação por inteiro.

É muito importante entender estes princípios porque, em função da falta de informação e conhecimento, somos levados a acreditar que se lutamos contra a mente e seus pensamentos compulsivos, ou tentamos empurrar os desconfortos pra baixo da consciência, é que vamos ter resultados.

Mas todo o conteúdo que surge durante a meditação é parte das desarmonias internas que estão na causa de nossos problemas. E quanto mais lutamos com eles, mais os fortalecemos. A diferença é que agora a desordem se revela de forma dissimulada, tentando entrar pela porta dos fundos.

Por isso, MEDITAR DEVE SER UM EXERCÍCIO DE ENTREGA COMPLETA.

Surgiram pensamentos? Deixe-os passar.

Surgiram emoções ou sensações desconfortáveis? Não as rejeite: observe-as. Fique ali. Permita.

Entregar é colocar tudo que surge nas mãos do Divino, e compreender que se não precisássemos mais disso que surge em cada instante de nossa vida, isso simplesmente não existiria. De alguma forma, ainda precisamos disso, ainda não aprendemos o que é necessário, e por isso essa desordem (seja qual for) continua se manifestando.

Conforme essa entrega vai ocorrendo – e vamos perceber que estamos cheios de resistência pra isso – nós vamos naturalmente entrando em níveis cada vez mais profundos de consciência. E é nestes momentos que surge a transcendência: quando paramos de lutar e permitimos as coisas serem como são – dois passos muito simples, mas quase inconcebíveis pra nossa mente.

O que nós queremos é o Ser – e ele somente surge quando nos entregamos.

E aqui fica a ultima dica: muitas vezes podemos passar por momentos de intensa escuridão na meditação, quando por meses ou até anos nossa única tarefa é sentir nossos apertos e desconfortos. Mas essa disciplina, essa perseverança pra continuar apesar de tudo, é a responsável por nos provocar abertura e conhecimento direto muito maior do que o conteúdo de todos os filmes e livros de autoconhecimento absorver. Por isso, jamais desista, independente do que acontece.

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